Vantagens da presença dos doutores palhaços no contexto hospitalar: as expectativas dos profissionais de pediatria
Resumo
Entre as abordagens que, no âmbito do movimento de humanização hospitalar, procuram ampliar a qualidade do internamento pediátrico, ou, minimizar o seu impacto negativo no bem-estar e desenvolvimento da criança, destacamos aquelas que aliam a arte, o lúdico, e o humor. Delas são exemplo a música, o conto, a magia, ou os palhaços de hospital. Neste trabalho é dada ênfase à intervenção dos palhaços de hospital, em particular à que tem vindo a ser desenvolvida, em Portugal, nos últimos 10 anos, pela Operação Nariz vermelho. Em 2010, esta associação de palhaços profissionais iniciou a sua colaboração com um 12º parceiro: o Hospital de Braga. Numa tentativa de conhecer as expectativas e representações dos profissionais dos serviços de pediatria deste hospital em torno do trabalho dos Doutores Palhaços, o projeto de investigação “Rir é o melhor remédio?” (uma parceria com o Instituto de Educação da Universidade do Minho) desenvolveu um estudo bi-etápico focado no olhar destes profissionais. Inicialmente foram exploradas as suas expectativas relativamente à intervenção dos palhaços; explorando-se, numa segunda etapa (ainda em curso), as representações construídas ao longo de dois anos de trabalho em comum. Nesta comunicação apresentam-se os principais resultados da primeira etapa (entrevistas com 34 profissionais), e os resultados preliminares da segunda. O primeiro estudo revela a grande abertura da generalidade dos profissionais em relação à parceria com os palhaços, antecipando várias vantagens para a criança, seus pais, profissionais dos serviços de pediatria, e, para o próprio hospital. A amenização da experiência de internamento, uma maior cooperação com as rotinas e tratamentos, ou, a facilitação da comunicação profissionais-família foram referidas como potenciais vantagens. O medo do palhaço, a perceção de “infantilidade” (pelos adolescentes), ou, de “falta de respeito” pela doença e sofrimento (da criança e sua família) anteciparam-se como principais dificuldades.
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